Blue e o Rio

Blue está aprendendo que caminhando em águas rasas pode escolher a direção, mas quando em águas profundas, é o Rio quem a leva. Por vezes, a pequena Blue esperou águas gentis, mas tem percebido correntezas apaixonadamente furiosas, daquelas que puxam sem deixar espaço para reações. Nessa profundidade, no meio do Rio, nadar contra maré e voltar a superfície parece sem sentido, já que agora os sentidos de Blue estão buscando se alinhar ao fluxo do Rio. Não que ela ainda não esteja tentando controlar a direção. Na tensão entre segurar e deixar ir, o Rio sabe, Blue tem pensado se quer mesmo ir mais afundo. Parece desconexo, pelas belezas estonteantes encontradas lá embaixo, com toda a diversidade de espécies peculiares, a imensidão azul, ela deveria só permanecer nas profundezas até que as águas façam parte de quem ela é.

O Rio tem certeza que Blue permanecerá, ela está apenas assimilando tudo que viu. Como poderia o azul escuro das profundezas trazerem à luz tantas coisas? Agora, seus olhos percebem a luz de outra forma e ela, na verdade, não quer voltar atrás.

“É um rio saía do Éden para regar o jardim e de lá se dividia, repartindo-se em quatro braços.” -Gênesis 2:10

“Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” – João 7:37